terça-feira, 31 de dezembro de 2019

Plantio inadequado causa morte de mudas de nogueira-pecã

       Já estamos no mês dezembro, especificamente no último dia do ano. Me deparo com uma mensagem de um pecanicultor, onde este registrou que suas plantas (mudas plantadas em julho de 2019) estavam secando as folhas e morrendo, como você pode observar na foto A.
       Algumas informações são/foram importantes para determinar a causa da morte das plantas:
- Pomar possui sistema de irrigação por gotejamento.
- Irrigação é realizada a cada 4 ou 5 dias, de acordo com a evapotranspiração da cultura.
- Há uma generosa camada de palha (mulching), que não estava em contato com o caule da muda.
- A morte das plantas foi heterogênea no pomar, "uma aqui e outra ali", não em sequência da linha.
- Adubação é realizada na dose e época recomendada, com solo úmido.
       Observe novamente as folhas da muda (foto A), perceba que elas estão com tonalidade marrom-claro, o que caracteriza morte por deficiência hídrica, não desidratação por excesso de adubação (folhas teriam a coloração marrom-escuro, se fosse essa a causa). Rapidamente descartamos o excesso de adubação e a falta de disponibilização de água para as mudas, como causa da morte.
      Para determinar a causa da perda das mudas é necessário uma visita ao pomar, apenas imagens dificultam o diagnóstico. Chegando ao pomar arranquei uma, duas, três, vinte mudas e rapidamente foi possível entender o que causou a morte das mudas, observe a foto B.
       A seta vermelha mostra uma pequena lesão que fiz com um canivete, perceba que o floema está com coloração negra e em decomposição. Note que a lesão foi feita no tronco da muda, não no sistema radicular. Podemos concluir que essa muda (e as outras 19) morreram porque o floema apodreceu, mas isso ocorreu por quê? Porque a muda foi plantada de forma inadequada, muito profunda no solo. Na foto C, a linha vermelha mostra a altura que a muda estava plantada no pomar e a linha verde mostra a altura que deveria ter sido plantada. 
      Uma lástima perder mudas em virtude de um erro no plantio, mas com isso ressalta-se a importância de plantar a muda de forma correta. 

     

quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Condução inadequada de pomares de nogueira-pecã

      A condução de plantas de nogueira-pecã é realizada através da poda, a qual possibilita que o pecanicultor adote um sistema de condução, para a nogueira utiliza-se a condução em forma de líder-central. Vários detalhes na poda são necessários para a planta crescer de forma adequada, porém, a orientação (ou melhor, desorientação) por parte de viveiristas e alguns técnicos, tem possibilitado a formação de pomares mal manejados e que certamente terão baixa produtividade. Na foto abaixo observe um pomar no terceiro ciclo, porém, como a poda tem sido executada de forma errada, as plantas precisam ser estaiadas/amarradas para não caírem. Claramente, no momento que você precisa amarrar as plantas com cordas ou cordões tem-se aí a comprovação de que a condução/poda não está correta. 
       Infelizmente não é um ou dois pomares que estão nessa situação, mas com certeza mais de 1.000 pomares. E a produtividade deles? Alguns estão no 9º ano com uma produção de 1 Kg/planta (no máximo). 

Sarna causando desfolha

      Mesmo que passamos por um pequeno período com pouca precipitação, em alguns pomares a Sarna, principal doença fúngica da nogueira-pecã, está causando perdas. Há plantas que perdem área foliar, como observado na foto abaixo. Outras começam a apresentar também manchas nas nozes, como na foto.
       O maior cuidado que o pecanicultor deve ter para evitar perdas causadas pela Sarna é a escolha da cultivar. Sugiro evitar o plantio das cultivares: Cape Fear, Chickasaw, Importada, Shawnee. Por ventura, se optar-se por cultivar essas, tenha o cuidado de realizar o manejo da Sarna primeiro nestas cultivares mais sensíveis. Na foto abaixo observe o folíolo da cultivar Shawnee, com bastante lesões de Sarna. 

        Na foto a seguir, observe as nozes da cultivar Chickasaw, com sintomas visíveis de Sarna. 



quarta-feira, 25 de dezembro de 2019

Queda de nozes

       Estamos na última quinzena de dezembro de 2019 e já é possível observar a queda de nozes, em pomares adultos. Um dos fatores que está causando esse abortamento de frutos está relacionado à deficiência hídrica porque a cerca de 15 dias não ocorre uma precipitação maior que 10 mm, em algumas regiões do RS.  

      Associado a isso, há a alta temperatura do ar durante o dia, o que aumenta a transpiração da planta. Na foto A podemos observar um cacho de nozes onde havia 3 nozes, agora, aresta apenas 1. Na foto B havia 5 nozes, sendo que todas foram abortadas. 

sábado, 30 de novembro de 2019

Nogueira-pecã e as propagandas da "super produtividade"

       Há várias anos algumas empresas da cadeia produtiva da pecanicultura brasileira vêm difundindo informações sobre a produtividade da cultura e o retorno financeiro possível de ser obtido. Entenda-se como produtividade a massa de nozes produzidas em uma área, no caso, em 1 hectare. A mais de 10 anos ouço vários profissionais prometendo altas produtividades, 5 toneladas/hectare, 10 toneladas/hectare, 15 toneladas/hectare ou até mesmo 20 toneladas/hectare. Números impressionantes, porém, são informações que não são comprovadas em nenhum pomar comercial do mundo. Observe na foto abaixo, material informativo distribuído por uma empresa a alguns anos atrás onde apresenta-se uma produtividade de 20 ton./ha.


       Certamente tenho interesse em obter a maior produtividade possível em um pomares de nogueira-pecã, podendo-se almejar uma média 2 a 2,5 toneladas/ha. Sento muito otimista, em anos excepcionais, talvez 3 toneladas, mas para 20 toneladas/ha, IMPOSSÍVEL. Isso trata-se de uma informação incorreta, claramente com intenção de atrair investidores desinformados para a cultura. 
      Em outro post vou apresentar a produtividade média de diversos países como EUA, México, África do Sul, Austrália, Argentina, Uruguai e Brasil (alguns pomares nacionais aos quais tive acesso a informação disponibilizada pelo pecanicultor). 
      Portanto, caso participe de algum "curso", "palestra" ou receba algum material informativo e nele conste produtividades absurdamente elevadas, tenha cuidado, essa é uma informação técnica incorreta. Caso o agente informante continue assegurando que existem no Brasil pomares com essa produtividade, peça para visitar o pomar na época de colheita e acompanhar a pesagem, só assim acredite na informação. 

Ocorrência precoce de pulgão amarelo

          Já estamos iniciando o mês de dezembro e em muitos pomares é possível observar a ocorrência do pulgão amarelo, Monellia caryella. Esse pulgão normalmente frequenta a parte inferior dos folíolos, onde suga a seiva da planta. Rapidamente a população desse afídio pode aumentar e começar a causar danos econômicos `cultura. Essa praga, nos outros anos, era observada apenas a partir de janeiro/fevereiro, talvez a ocorrência de chuvas e precipitações regulares tenham auxiliado na precocidade da ocorrência. 

Inicia o aparecimento de deficiência de zinco

Neste ciclo tem havido precipitações com boa regularidade e intensas, isso tem permitido que as plantas de nogueira-pecã cresçam de forma rápida e vigorosa. Como o crescimento é vigoroso, a planta tem uma demanda nutricional elevada por nitrogênio, fósforo, potássio, etc. Um outro nutriente que a nogueira necessita é o zinco (Zn), porém, muitas plantas não tem essa demanda suprida, ocorrendo assim a deficiência de zinco, como observado no folíolo abaixo.
Para evitar que ocorra deficiência de Zn nas plantas é interessante que o produtor realize uma análise química do solo para verificar o teor deste elemento no solo, e se necessário, realizar a aplicação no pomar. 

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

O perigo da deriva de 2,4-D para os pomares brasileiros de nogueira-pecã

           A nogueira-pecan (Carya illinoinensis) é cultivada em mais de 12.000 hectares no Brasil, com implantação de 1.000 hectares anualmente. Isso demonstra a grande importância econômica que a cultura possui. Porém, nos últimos meses pecanicultores do RS que possuem pomares jovens e/ou adultos estão preocupados com seus pomares, pois muitos estão sofrendo com danos causados pela deriva do herbicida sistêmico 2,4-D, comumente utilizado por produtores de soja (Glycine max). Normalmente a nogueira-pecan acaba sendo afetada pela deriva do agrotóxico porque o pomar esta localizado muito próximo de uma lavoura de soja, e não raramente, o aplicador não adota os devidos cuidados para evitar a deriva (aplicar em dias com pouco vento, observando a temperatura do ar, etc.).
A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural  (Seapdr) registrou até ontem 116 denúncias de deriva do herbicida 2-4, D e já foram coletadas 149 amostras encaminhadas para análise química (SEAPDR, 2019[1]). O mais impressionante é que nesta segunda-feira (25/11/19), a Seapdr divulgou a informação sobre as amostras de tecidos vegetais coletadas em áreas com suspeita de deriva encaminhada ao LARP (Laboratório de Análises de Resíduos de Pesticidas). Constatou-se que das 76 amostras coletadas, 100% delas continham a presença do 2,4 – D (SEAPDR, 2019). Além da Nogueira-pecan, constatou-se a presença do herbicida em Ameixeira (Prunus domestica), Caquizeiro (Diospyros kaki), Macieira (Malus domestica), Oliveira (Olea europaea), Tomateiro (Solanum lycopersicum), Videira (Vitis vinifera) e algumas pastagens (SEAPDR, 2019).
A nogueira-pecan é extremamente sensível a deriva de herbicidas como glifosato, 2,4-D, entre outros (WELLS, 2019[2]). Quando a deriva atinge nogueiras jovens ou adultas os sintomas são observados em poucos dias após e com mais intensidade nas plantas próximo ao local de aplicação, mas há relatos que os danos podem ser observados a quilômetros do local. A intensidade dos danos dependerá das condições ambientais no momento da aplicação, da dose de herbicida utilizado, do estagio fenológico da cultura e do volume de copa atingido.
              Os sintomas são perceptíveis a olho nu, se caracteriza por uma sutil dobra do folíolo e/ou ondulação dos folíolos e até mesmo da folha. Conforme o tempo passa, os folíolos começam a enrugar severamente e posteriormente tornam-se cloróticas ou amareladas. Com a evolução dos sintomas os folíolos atingidos começam a necrosar e é abortado (morre) e o ramo torna-se ondulado, fenômeno chamado de epinastia. Se a quantidade de produto que atingiu a planta for grande, não raramente se observa a morte dessa nogueira. Na Foto abaixo podemos observar os sintomas típicos causados pela deriva de 2,4-D em uma planta de nogueira-pecan que estava em seu segundo ciclo de crescimento





           Se o pecanicutlor identificar nas plantas os sintomas descritos é importante que realize a coleta de ramos e folhas e posteriormente encaminhe a amostra para o laboratório.Com esse laudo tem-se a confirmação da fitotoxidez e o documento servirá de suporte para que o produtor busque o ressarcimento financeiro junto ao indivíduo que realizou a pulverização e a deriva causou os danos. O LARP, localizado na Universidade Federal de Santa Maria, realiza os testes para a identificação do tipo de molécula de causou fitotoxidez em plantas. Você pode acessar o site www.ufsm.br/laboratorios/larp/ onde há mais informações sobre a forma de coleta das amostras, entrega, etc. 





[1] Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural). Acesso em 26 nov. 2019. Disponível em: < https://www.agricultura.rs.gov.br/primeiros-laudos-de-analise-quimica-indicam-presenca-de-2-4-d-em-amostras-coletadas>.[2] Wells, L. Handling Herbicide Drift in Pecan Orchards. Pecan South magazine. April, 2019.


sábado, 16 de novembro de 2019

14 Notícias) IBPecan organiza projeto junto a Fiergs para análise do mercado mundial de Pecan


O Instituto Brasileiro de Pecanicultura disponibilizou aos seus associados, uma ferramenta de análise de mercados para identificação das oportunidades de exportação de Nozes-Pecan. A notícia completa pode ser acessada no link: https://www.ibpecan.org/post/projeto-fiergs-ibpecan 

Notícias 13) IBPecan é o novo Coordenador da Câmara Setorial da Noz-pecã


No dia 29 de outubro, em reunião do Comitê Gestor, a coordenação da Câmara Setorial ficará a cargo do vice-presidente do Instituto Brasileiro da Pecanicultura (IBPecan), Demian Segatto da Costa. A notícia completa pode ser acessada no link: https://www.ibpecan.org/post/o-ibpecan-é-o-novo-coordenador-da-câmara-setorial-da-noz-pecã

12) Download: Boletim Técnico na revista Campo & Negócio

Foi publicado no mês de outubro de 2019, na revista Campo & Negócio, o boletim técnico intitulado: Noz-pecã, composto por cinco artigos diferentes:










12) Download: Alelopatia de Carya illinoinensis (wangenh.) K. Koch na germinação e desenvolvimento de plântulas de Lactuca sativa L.


Alelopatia de Carya illinoinensis (wangenh.) K. Koch na germinação e desenvolvimento de plântulas de Lactuca sativa L. 




10 Artigo cientifico) Qualidade micológica de nozes pecan do Brasil: ausência de fungos aflatoxigênicos e aflatoxinas

Artigo publicado no periódico Ciência Rural, em junho de 2019.

RESUMO: Nos últimos anos, o Brasil tem incentivado o cultivo de pecãs para atender a demanda do mercado nacional e internacional de nozes. Novas variedades genéticas de pecãs foram selecionadas nos últimos anos, mas informações científicas disponíveis sobre a ocorrência de fungos e aflatoxinas na literatura internacional estão desatualizadas. Portanto, o presente estudo objetivou quantificar e identificar a microbiota fúngica e a presença de aflatoxinas em nozes cultivadas no sul do Brasil. Cinquenta e dois lotes de nozes (variedade Barton) foram obtidos de produtores de 19 municípios do Estado do Rio Grande do Sul e analisados por meio de Ágar Dicloran Glicerol 18% (DG18) e Aspergillus Flavus e Parasiticus Agar (AFPA), após incubação em 25 °C durante 7 dias. Análises de aflatoxinas foram realizadas usando HPLC acoplado a um espectrômetro de massa. Os resultados revelaram pelo menos 10 gêneros diferentes de fungos. Aspergillus, Penicillium, Fusarium e Cladosporium foram predominantes. Espécies xerofílicas de Aspergillus (A. wentii, A. ruber, A. pseudoglaucus e A. chevalieri) foram comumente encontradas nas amostras. Nenhuma espécie potencial produtora de aflatoxinas foi isolada e nenhuma aflatoxina foi detectada (LOQ=1 μg/kg e LOD=0,1 μg/kg para AFB1 e AFB2; e 0,3 μg/kg para AFG1 e AFG2) nas amostras avaliadas. A ausência desse grupo carcinogênico de micotoxinas é altamente positiva e pode impulsionar os investimentos no setor, além de estimular a comercialização e o consumo dessa variedade de nozes.



11) Download: Aspectos e critérios básicos para implantação de pomar de nogueira-pecã

A Embrapa Clima Temperado o Comunicado Técnico 365, intitulado "Aspectos e critérios básicos para implantação de pomares de nogueira-pecã".

A obra possui 19 páginas, com várias ilustrações, tabelas e figuras.

Você pode fazer o download, gratuitamente, do material no link: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1109531/aspectos-e-criterios-basicos-para-implantacao-de-pomar-de-nogueira-peca

Boa Leitura!

10) Download: Desenvolvimento fenológico e poda de desponte associado ao uso de biofertilizantes no crescimento de nogueiras-pecã

No link a seguir você pode fazer o download da dissertação: Desenvolvimento fenológico e poda de desponte associado ao uso de biofertilizantes no crescimento de nogueiras-pecã.

Notícias 12) Pecanicultura brasileira em destaque na Band

A pecanicultura brasileira foi destaque no programa Vitrine Rural, na Band, confira a reportagem completa no link abaico:


03) Poda verde

O período tradicional da poda da pecan é durante o inverno, quando a planta está sem folhas, em repouso vegetativo. Esta normalmente é uma poda corretiva, onde são eliminados ramos em forma de forquilhas, “pés-de-galinha”, etc. Já nesta época realizamos a poda verde, com objetivo de direcionar o crescimento da planta, seguindo um sistema de condução, que na pecan chamados de líder-central.
Na foto à direita (A) é possível observar uma muda com brotação vigorosa e com abundância de ramos (em alguns nós há até três ramos). Perceba que há brotação em vários nós da planta e naturalmente já se observa um ramo mais vigoroso, de maior comprimento, que começa a se posicionar como líder. Como devemos proceder com a poda em uma planta assim?

A
 

O primeiro passo é definir qual broto será o lide-central, optando pelo mais vigoroso, com maior calibre e que, preferencialmente, esteja próximo ao ápice da muda. Feito isso, o segundo passo consiste em remover todos os ramos abaixo do líder-central, deixando cerca de 10 cm sem nenhum ramo, isso garantirá que o líder cresça com mais vigor. No terceiro passo se houver dois ou três ramos por nó, devemos podar e deixar apenas um.

Líder-central
 
No quarto passo, despontar o líder-central, caso já esteja com pelo menos 50 cm de comprimento, se ainda não estiver aguarde mais alguns dias para realizar o desponte. Em seguida, também desponte os ramos laterais que estão com 50 cm de comprimento. E finalmente, elimine as brotações que se originam do porta-enxerto e brotações que estão a uma altura de até 40cm do solo.

B
 

Observe na foto ao lado (B) a mesma planta, agora após a poda. Temos a região de 10 cm abaixo do lide-central sem nenhum ramo competindo (pois foram podados) e os ramos laterais e o líder foram despontados. Veja como é prático e rápido realizar a poda verde, uma das práticas culturais mais importantes da cultura da nogueira-pecã no período vegetativo, principalmente em pomares jovens, recém plantados (inverno de 2019), com um e/ou dois anos.

B
 
 

05) Viabilidade dos grãos de pólen em pomares brasileiros de nogueira-pecã

Este ano iniciei um estudo/levantamento para determinar a viabilidade dos grãos de pólen de mais de 15 cultivares nogueira-pecã nos pomares do Rio Grande do Sul. Muitos produtores, infelizmente mal orientados por viveiristas e técnicos, além de implantar uma percentagem baixa de polinizadoras nos pomares (10% ou menos), também utilizam cultivares que possuem uma viabilidade menor dos grãos de pólen. Além disso, dependendo das condições nutricionais das plantas e das condições climáticas durante o período de polinização, a viabilidade destas estruturas é reduzida de forma considerável.
Acho interessante que pecanicultura 3.0 ou 4.0 fomentada principalmente por alguns agentes da cadeia produtiva, há preocupação em instalar um sistema de irrigação, desde o primeiro ano, que te custa R$ 6.000,00 a R$ 8.000,00/hectare, inocular micorrizas e outros microrganismos (todos manejos adequados, não desconsidero isso), porém, escolheram as (ou 'a') cultivares polinizadoras de forma empírica, desconsiderando o período de liberação do pólen, diferente para cada microrregião do estado e também negligenciando a viabilidade e o volume do pólen.
Nas fotos abaixo podemos observar uma técnica que estou viabilizando, quanto a determinação da viabilidade dos grãos de pólen, das diferentes cultivares de pecã, coletado em mais de 20 pomares comerciais em diferentes municípios gaúchos.
E você, pecanicultor, sabe qual a percentagem de grãos de pólen que estão viáveis nesta safra, em seu pomar? Anualmente estima-se uma perda de produtividade em torno de 20% apenas por problemas na polinização da nogueira-pecã. 


Retorno de Scolytidae em pomares brasileiros de nogueira-pecã

Este ano, 2019, mais precisamente no mês de novembro, tem aumentando o relato da ocorrência de Scolytidae em pomares brasileiros de nogueira-pecã. Esta praga não vinha causando danos significativos desde o ano de 2016. Já tive relatos e visitei pomares com ataques este ano em:
- Santa Cruz do Sul (RS)
- Santo Ângelo (RS)
- Cachoeira do Sul (RS)
- Guarapuava (PR)
Especificamente em Santo Angêolo, o produtor quantificou as plantas atacadas, somando um total de 6,83%.

Scolytidae pode atacar plantas de diversas idades, porém, os sintomas são sempre os mesmos. No tronco da nogueira-pecã atacada observa-se um pequeno orifício, com exsudação de seiva pela planta, logo que esta é atacada, observe a foto ao lado.


Com o passar dos dias, é sessado a exsudação de seiva e há acúmulo de excrementos do Scolytidae no orifício, facilmente percebido a olho nu, desde que se observe a planta com atenção. Este orifício é pequeno, medindo cerca de 1mm, como podemos observar nas fotos ao lado.

Scolytidae é muito pequeno, medindo cerca de 3 a 4 mm de comprimento, alojando-se no interior do tronco da nogueira-pecã, veja fotos deste indivíduo abaixo:
 

Além da exsudação de seiva e acúmulo de excremento, no local onde o Scolytidae penetrou na planta, outro sintoma que a planta manifesta, quando atacada por esta praga, é a murcha gradativa das folhas e ramos, até o ponto de secar totalmente as estruturas e facilmente chegando a morte, observe as fotos:

 

Nas fotos abaixo visualizamos uma planta em processo de morte e outra totalmente seca, já morta a vários dias.
 



domingo, 6 de outubro de 2019

sexta-feira, 26 de julho de 2019

09 Artigo científico) Fungos ectomicorrízicos em plantações de nogueira-pecã e o potencial da truficultura no Brasil


Fungos ectomicorrízicos em plantações de nogueira-pecã e o potencial da truficultura no Brasil

Resumo
Os estudos envolvendo a nogueira-pecã têm evoluído consideravelmente nos últimos anos no Brasil. Esta cultura foi introduzida no país no início do século passado e tornou-se importante comercialmente após os anos de 1960, principalmente na região sul. A nogueira-pecã é comprovadamente um simbionte, formando diversas associações mutualísticas com fungos ectomicorrízicos do solo. Assim, a presente revisão tem como objetivos apresentar os estudos sobre os fungos ectomicorrízicos em plantações comerciais de nogueirapecã no Brasil, destacar a importância agrícola e ambiental desta simbiose, e o potencial da micorrização controlada da nogueira-pecã, visando à produção de espécies desejadas de trufas, notadamente do gênero Tuber, em pomares comerciais, uma atividade econômica de alta rentabilidade.


08 Artigo científico) Teor de zinco e qualidade do fruto da noz-pecã afetados pela aplicação de sulfato de zinco


Zinc Content and Fruit Quality of Pecan as Affected by Application of Zinc Sulfate

Link do artigo: https://journals.ashs.org/hortsci/abstract/journals/hortsci/54/7/article-p1243.xml

07 Artigo científico) Reguladores de crescimento de plantas exógenas mostram a promessa de gerenciamento de rolamento alternativo em noz-pecã


Exogenous Plant Growth Regulators Show Promise for Management of Alternate Bearing iPecan


06 Artigo científico) Resposta a longo prazo à aplicação em faixa de fósforo na produção de nozes irrigadas e não irrigadas


Long-term Response to Phosphorus Banding in Irrigated and Nonirrigated Pecan Production

Link do artigo: https://journals.ashs.org/hortsci/abstract/journals/hortsci/54/7/article-p1237.xml

05 Artigo científico) Efeito simulado de deriva de 2,4-D e Dicamba em pecan


Simulated Single Drift Events of 2,4-D and Dicamba oPecan Trees

Link do artigo: https://journals.ashs.org/horttech/view/journals/horttech/29/3/article-p360.xml?rskey=9yJKqX

04 Artigo científico) Influência do Paclobutrazol no Crescimento e Floração de Brotos em um Pomar de Nozes em Alta Densidade


Influence of Paclobutrazol on Shoot Growth and Flowering in a High-density Pecan Orchard


03 Artigo científico) Efeito do Método de Irrigação no Crescimento de mudas de nogueira-pecã


Effect of Irrigation Method on Tree Growth, Foliar Nutrient Levels, and Nut Characteristics of Young Pecan Trees in the Southern Great Plains

Link do artigo: https://journals.ashs.org/horttech/view/journals/horttech/29/2/article-p109.xml?rskey=vhg0rz

02 Artigo científico) "Avalon", uma nova cultivar de noz-pecã com altos níveis de resistência à sarna



‘Avalon’, a New Pecan Cultivar with High Levels of Resistance to Pecan Scab


Link do artigo: https://journals.ashs.org/hortsci/abstract/journals/hortsci/53/12/article-p1915.xml?rskey=nQi7W9 

sexta-feira, 5 de julho de 2019

06) Equipamento para poda (Tesoura Fiskars Power Gear Large Pruner - P94)

Tesoura de poda (Fiskars)

No dia de hoje utilizei a campo outra, também da marca Fiskars, modelo Power Gear Large Pruner - (P94), realizando a poda de plantas de nogueira-pecã (estas com dois anos). 



Na Figura ao lado observamos o modelo que testei. A tesoura possui em torno de 23cm de comprimento, com capacidade de corte de até 2,0 cm. A empunhadura é boa, o cabo é giratório, o que proporciona muito mais conforto na poda. A lâmina é extremamente afiada, a qual consegue manter o fio por mais de um dia de trabalho.














O que torna este modelo muito bom para quem necessita podar muitas plantas é o seu peso. Esta tesoura possui 270 gramas, considero leve, quando comparada aos demais modelos da Fiskars. 

quarta-feira, 3 de julho de 2019

05) Equipamento para poda (Tesoura Fiskars Power Gear 2)


Tesoura de poda (Fiskars)

Nesta semana sigo testando diferentes modelos de tesoura de poda. Hoje utilizei a campo outra, também da marca Fiskars, modelo Power Gear 2 (P552), realizando a poda de plantas de nogueira-pecã (estas com dois anos). Relembro que esta marca ainda não é comercializada no Brasil.



Na Figura ao lado observamos o modelo que testei. A tesoura possui em torno de 24cm de comprimento, com capacidade de corte de até 2 cm. O cabo é revestido, o que proporciona maior conforto durante a utilização. A empunhadura é boa, o cabo é giratório, o que proporciona muito mais conforto na poda. A lâmina é extremamente afiada, a qual consegue manter o fio por mais de um dia de trabalho (podei por 5 horas, sem afiá-la).













Outro item importante desse modelo é seu peso, achei ela muito leve, pesando 282 gramas. Isso garante que a fadiga causada pelo movimento repetitivo será menos no fim do dia de poda. Certamente, para quem precisa podar muitas plantas, mais de 1.000, este modelo é o mais adequado, quando comparado com o modelo que postei ontem. 

segunda-feira, 1 de julho de 2019

04) Equipamentos para poda (Tesoura Fiskars forjada)

Tesoura de poda (Fiskars)

Hoje tive a possibilidade de testar a campo a tesoura da marca Fiskars, modelo não especificado pela empresa (apenas com o código 392781-1001, no seu site), realizando a poda de plantas de nogueira-pecã (estas com dois anos). Até o momento esta marca não é comercializada no Brasil, obtive ela porque um amigo presenteou-me com a tesoura, a qual trouxe dos EUA.

      Na Figura ao lado observamos o modelo que testei. A tesoura possui em torno de 24cm de comprimento, com capacidade de corte de até 1 polegada (2,4cm). O cabo é revestido, o que proporciona maior conforto durante a utilização. A empunhadura é boa, porém, para mulheres, creio que não seria tão confortável, pois quando destravada (aberta) o ângulo entre os dois cabos é grande, ficando bem aberta. A lâmina é extremamente afiada, a qual consegue manter o fio por mais de um dia de trabalho (podei por 5 horas, sem afiá-la).
         
O que torna este modelo um pouco difícil de utilizar por várias horas, certamente é seu peso. Esta tesoura possui 335 gramas, extremamente pesada, quando comparada aos demais modelos da Fiskars. Isso se deve ao material de que ela é feita, a fim de proporcionar maior resistência a cortes de ramos com maior diâmetro. Ficaria muito difícil podar 1.000 plantas em um dia com ela. 


Pontos fortes: Lâmina em aço temperado; Lâmina substituível; Alta capacidade de corte (1” ou 2,5cm de diâmetro).
Pontos fracos: não há peças de substituição (lâmina) à venda no Brasil.
Preço de venda: U$$ 32,99.

quarta-feira, 8 de maio de 2019

Cobertura de solo em pomar de nogueira-pecã

A nogueira-pecã é uma planta perene, mesmo assim o manejo do solo nas linhas e entre-linhas é necessário. Alguns pecanicultores consorciam a pecã com ovinos ou bovinos. Independente da espécie, é necessário preparar uma pastagem ou uma cobertura de solo (caso não haja consorciamento). É possível utilizar uma gama de plantas de inverno, entre elas, a aveia preta (Avena strigosa), utilizando-se de 50 a 60 Kg de semente por hectare. Nas Fotos na sequência é possível observar um pomar de pecã onde semeou-se aveia preta (15 dias após a semeadura e 30 dias após semeadura). 






segunda-feira, 6 de maio de 2019

Viviparidade em noz-pecã


Por que as nozes estão germinando ainda na cápsula?

        Já estamos a algumas semanas realizando a colheita da noz-pecã aqui no RS. Durante a colheita, encontrei nozes, ainda presas a planta e dentro da cápsula, germinando. Na Foto você pode observar esse fenômeno, chamado de viviparidade. 
Alguns fatores contribuem para que isso ocorra, entre eles cito:
- Cultivar;
- Altas temperaturas noturnas durante os últimos estágios de enchimento da noz;
- Aplicação elevada de N durante o enchimento da noz;
- Deficiência de ABA (ácido abscísico);
- Baixa disponibilidade de Mo (molibdênio);
- Baixa disponibilidade de Zn (zinco);
- Baixa disponibilidade de Cu (cobre);
- Baixa disponibilidade de Fe (ferro);