A Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento
Rural
(Seapdr) registrou até ontem 116 denúncias de deriva
do herbicida 2-4, D e já foram coletadas 149 amostras encaminhadas para análise
química (SEAPDR, 2019[1]).
O mais impressionante é que nesta segunda-feira (25/11/19), a Seapdr
divulgou a informação sobre as amostras de tecidos vegetais coletadas em áreas
com suspeita de deriva encaminhada ao LARP (Laboratório de Análises de Resíduos
de Pesticidas). Constatou-se que das 76 amostras coletadas, 100% delas
continham a presença do 2,4 – D (SEAPDR, 2019). Além da Nogueira-pecan,
constatou-se a presença do herbicida em Ameixeira (Prunus domestica), Caquizeiro (Diospyros
kaki), Macieira (Malus domestica),
Oliveira (Olea europaea), Tomateiro (Solanum lycopersicum), Videira (Vitis vinifera) e algumas pastagens
(SEAPDR, 2019).
A
nogueira-pecan é extremamente sensível a deriva de herbicidas como glifosato,
2,4-D, entre outros (WELLS, 2019[2]). Quando
a deriva atinge nogueiras jovens ou adultas os sintomas são observados em
poucos dias após e com mais intensidade nas plantas próximo ao local de
aplicação, mas há relatos que os danos podem ser observados a quilômetros do
local. A intensidade dos danos dependerá das condições ambientais no momento da
aplicação, da dose de herbicida utilizado, do estagio fenológico da cultura e
do volume de copa atingido.
Os sintomas são perceptíveis a olho nu, se
caracteriza por uma sutil dobra do folíolo e/ou ondulação dos folíolos e até
mesmo da folha. Conforme o tempo passa, os folíolos começam a enrugar
severamente e posteriormente tornam-se cloróticas ou amareladas. Com a evolução
dos sintomas os folíolos atingidos começam a necrosar e é abortado (morre) e o
ramo torna-se ondulado, fenômeno chamado de epinastia. Se a quantidade de
produto que atingiu a planta for grande, não raramente se observa a morte dessa
nogueira. Na Foto abaixo podemos observar os sintomas típicos causados pela
deriva de 2,4-D em uma planta de nogueira-pecan que estava em seu segundo
ciclo de crescimento
Se o pecanicutlor identificar nas plantas os
sintomas descritos é importante que realize a coleta de ramos e folhas e
posteriormente encaminhe a amostra para o laboratório.Com esse laudo tem-se a
confirmação da fitotoxidez e o documento servirá de suporte para que o produtor
busque o ressarcimento financeiro junto ao indivíduo que realizou a
pulverização e a deriva causou os danos. O LARP, localizado na Universidade
Federal de Santa Maria, realiza os testes para a identificação do tipo de
molécula de causou fitotoxidez em plantas. Você pode acessar o site www.ufsm.br/laboratorios/larp/ onde há mais informações sobre a forma de coleta das amostras, entrega,
etc.
[1] Seapdr (Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural).
Acesso em 26 nov. 2019. Disponível em: <
https://www.agricultura.rs.gov.br/primeiros-laudos-de-analise-quimica-indicam-presenca-de-2-4-d-em-amostras-coletadas>.[2] Wells, L. Handling Herbicide Drift in Pecan
Orchards. Pecan South magazine. April, 2019.
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